Uma nova espécie de golfinho gigante foi descoberta na Amazônia
Recentemente, na Amazônia, uma espécie inédita de golfinho de grande porte foi identificada. Estudos indicam que este golfinho habitou um ecossistema completamente distinto há aproximadamente 16 milhões de anos.

Os cientistas estão perplexos com a possibilidade de terem encontrado um golfinho gigante na bacia amazônica, totalmente diferente de tudo o que já foi visto até agora.
Este animal, que viveu há 16 milhões de anos, parece ser o maior cetáceo com dentes de água doce já registrado.
Essa antiga criatura media até 3,5 metros de comprimento, ultrapassando em tamanho os atuais golfinhos cor-de-rosa do rio Amazonas, que chegam a 2,7 metros e se alimentam de piranhas em seu ambiente natural.
Apesar de ser menor que a maior espécie de golfinho dos oceanos, a orca, essa nova espécie recém-descoberta destaca a incrível biodiversidade que já existiu ao longo da história dos cursos d'água.
De maneira intrigante, o recém-identificado Pebanista yacuruna não está mais intimamente ligado aos golfinhos amazônicos atuais, mas sim aos golfinhos encontrados a milhares de quilômetros de distância, nos rios Ganges e Indo, na Índia, Paquistão, Nepal e Bangladesh.

Características extraordinárias
Os paleontólogos destacam que a descoberta revela que o tamanho não é a única característica notável.
Os pesquisadores, ao encontrar este registro fóssil na Amazônia, tinham a expectativa de identificar parentes próximos do golfinho gigante atualmente encontrado no rio Amazonas. No entanto, surpreendentemente, os parentes mais próximos do Pebanista são os golfinhos do sul da Ásia.
Os golfinhos de água doce exibem semelhanças notáveis com os golfinhos marinhos, os quais ainda não atingiram completamente a sua evolução. Embora apresentem tonalidades mais rosadas e bicos mais longos, são comparáveis em muitos aspectos. Contudo, tanto os grupos de golfinhos de água doce quanto os marinhos descendem de linhagens de cetáceos distintas.
O Pebanista foi identificado a partir de um único crânio encontrado enterrado na Formação Pebas, camadas fósseis do Mioceno que preservam os restos de diversos animais antigos que um dia habitaram a bacia amazônica.
Apesar disso, esse crânio é suficiente para inferir muito sobre as características do animal em vida.
Crânio Encontrado

Embora o crânio esteja incompleto, conserva características que permitiram a
Benites-Palomino e seus colegas realizar comparações com outros animais, tanto
extintos quanto vivos.
As espécies pertencentes ao gênero
Platanistid apresentavam grandes cristas na testa, estruturas relacionadas à
capacidade de eco-localização.
Para os golfinhos de rio, a
eco-localização, também conhecida como biossonar, é ainda mais crucial devido
às águas extremamente turvas em que habitam, o que limita sua visão.
Assim
como outros golfinhos de rio, o Pebanista possui um focinho ou rosto muito
alongado.
Esse tipo de focinho auxilia os golfinhos atuais na caça
e captura dos peixes que compõem sua dieta predominante, sugerindo que o
Pebanista também seguia um padrão alimentar semelhante.
Qual a Origem
Quanto à sua origem, os pesquisadores especulam que o Pebanista poderia ter
sido inicialmente cetáceos marinhos que adentraram a bacia amazônica,
adaptando-se posteriormente ao sistema de rios e lagos que hoje conhecemos
como Formação Pebas.
Ao encontrarem um ambiente exuberante e rico
em alimentos, os recém-chegados se estabeleceram permanentemente, demonstrando
uma adaptação bem-sucedida.
No entanto, as paisagens estão sempre
em constante transformação, e isso é precisamente o que ocorreu com o
Pebanista.
À medida que o sistema evoluía para a bacia amazônica
que conhecemos hoje, os antigos habitats desapareciam para dar lugar a novos.
Os animais dos quais o golfinho gigante se alimentava também desapareceram,
compartilhando o mesmo destino.
Essa mudança resultou em um vazio
em um nicho ecológico, que eventualmente foi ocupado e explorado pelos botos
que encontramos na região atualmente.
Desaparecimento da Espécie
A extinção do Pebanista marca um desfecho triste, porém essa descoberta é empolgante para a ciência, proporcionando novas perspectivas sobre a adaptabilidade e vulnerabilidade das espécies em um mundo pré-histórico em constante transformação, além de fornecer informações valiosas sobre os ecossistemas em evolução.
Apesar das mudanças significativas ocorridas no ambiente de Pebas, a estrutura atual da cadeia alimentar amazônica pode ser mais semelhante à do Mioceno do que se pensava anteriormente.
Portanto, essa descoberta não apenas confirma uma transição independente entre os meios marinhos e de água doce dos cetáceos na América do Sul, mas também oferece novas percepções sobre a fauna.
A diversidade presente no vasto sistema de mega zonas úmidas de Pebas pode ter se beneficiado consideravelmente das condições climáticas mais quentes do Mioceno Médio na região.
A partir desse avanço, novas pesquisas poderão proporcionar uma compreensão mais profunda da natureza e elaborar novas teorias sobre espécies milenares e fascinantes.
Fonte: Science Alert
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